Uma descoberta revolucionária na robótica social está mudando a forma como as máquinas aprendem a interagir com humanos. Pesquisadores desenvolveram um sistema de simulação que permite o treinamento de robôs sociais sem a necessidade de participantes humanos, potencialmente transformando o cronograma de desenvolvimento da área.
O estudo, apresentado na Conferência Internacional de Robótica e Automação (ICRA) da IEEE de 2025, foi conduzido por uma equipe da Universidade de Surrey e da Universidade de Hamburgo. A abordagem deles se baseia em um modelo dinâmico de previsão de trajetórias oculares, que auxilia os robôs a antecipar onde os humanos naturalmente olhariam durante interações sociais.
"Nosso método permite testar se um robô está prestando atenção nos elementos corretos – assim como um humano faria – sem a necessidade de supervisão humana em tempo real", explica a Dra. Di Fu, coautora do estudo e professora de Neurociência Cognitiva na Universidade de Surrey.
A equipe de pesquisa validou seu modelo utilizando dois conjuntos de dados públicos, demonstrando que robôs humanoides podem imitar com sucesso os movimentos oculares humanos. Ao projetar mapas de prioridade do olhar humano em uma tela, eles compararam diretamente o foco de atenção previsto pelo robô com dados do mundo real, eliminando a necessidade de estudos em larga escala de interação humano-robô nas fases iniciais da pesquisa.
Essa inovação resolve um importante gargalo no desenvolvimento da robótica social. Antes, pesquisadores precisavam de inúmeros participantes humanos para treinar e testar robôs projetados para ambientes sociais, como educação, saúde e atendimento ao cliente. Exemplos desses robôs incluem o Pepper, assistente de varejo, e o Paro, robô terapêutico para pacientes com demência.
Ao permitir que pesquisadores testem e aprimorem modelos de interação social em larga escala por meio de simulação antes da implantação no mundo real, essa descoberta pode acelerar drasticamente o ciclo de desenvolvimento de robôs sociais, além de reduzir custos e aumentar sua eficácia em ambientes humanos.