Com a aceleração da urbanização em todo o mundo, a demanda por cimento e concreto continua a crescer, agravando preocupações ambientais e dificultando os esforços para redução de emissões. Os fabricantes de cimento enfrentam uma pressão crescente para cumprir requisitos regulatórios ao mesmo tempo em que minimizam sua pegada de carbono.
O processo de produção do concreto é intensivo em energia, exigindo temperaturas de até 1450°C para converter calcário em clínquer durante a fabricação do cimento. A indústria consome aproximadamente 5% de toda a energia industrial global, sendo que quase 70% da energia de uma fábrica de cimento é utilizada nos processos de moagem – especificamente na trituração e moagem de matérias-primas e clínquer.
Sistemas de IA estão revolucionando esse cenário ao utilizar algoritmos avançados de aprendizado de máquina para analisar dados de produção e identificar ineficiências. Por exemplo, a IA pode otimizar a operação de fornos, moinhos e trituradores – os processos mais intensivos em energia na produção de cimento. Esses sistemas ajustam parâmetros operacionais em tempo real, como temperatura do forno e pressão de moagem, com base na carga atual, tipo de matéria-prima e fatores ambientais, resultando em economias significativas de energia e redução das emissões de gases de efeito estufa.
Fundamental para esses avanços é a integração da tecnologia de visão 3D, que fornece dados de profundidade em alta resolução para guiar braços robóticos em tempo real. Com a visão 3D, robôs podem escanear cada peça individualmente e adaptar seus trajetos de desbaste ou polimento conforme necessário. A IA otimiza os caminhos das ferramentas para eficiência e qualidade superficial ao analisar as geometrias das peças e os acabamentos desejados, gerando estratégias de movimento que reduzem o tempo de ciclo, o desgaste das ferramentas e o consumo de energia. A combinação de visão inteligente e IA permite que robôs detectem defeitos superficiais como riscos, rebarbas ou acabamentos inconsistentes, corrigindo automaticamente esses defeitos no mesmo ciclo.
As aplicações robóticas de desbaste, lixamento, polimento e rebarbação são extremamente diversas e, tradicionalmente, eram realizadas manualmente devido à falta de soluções automatizadas. Os atuais efetores finais de alta tecnologia oferecem soluções ideais ao "sentir" o que estão fazendo e entregar resultados ótimos. Mesmo em operação 24/7, esses sistemas geram qualidade consistente ao mesmo tempo em que proporcionam ciclos mais curtos, custos menores e maior produtividade. O acabamento superficial robótico também aborda os aspectos sujos, monótonos e perigosos do processamento do concreto.
Os benefícios da automação robótica no desbaste e acabamento são substanciais. Robôs são inerentemente repetitivos, o que resolve inconsistências no fluxo de produção e na qualidade das peças. Eles podem trabalhar por muito mais tempo sem pausas, contribuindo para níveis mais altos de produtividade geral. Além da melhoria na qualidade das peças, o desbaste e acabamento robótico proporciona retorno sobre o investimento em curto prazo e reduções de custos operacionais a longo prazo, ao mesmo tempo em que aprimora a qualidade, velocidade, segurança e consistência.