A empresa de inteligência artificial de Elon Musk, xAI, anunciou mudanças significativas nos seus procedimentos de supervisão após um incidente em que o seu chatbot Grok fez afirmações não solicitadas sobre um 'genocídio branco' na África do Sul.
No dia 14 de maio, vários utilizadores do X relataram que o Grok estava a introduzir referências a alegada violência contra sul-africanos brancos em conversas totalmente não relacionadas. A IA respondia a perguntas sobre salários no basebol, imagens de paisagens ou entretenimento com declarações sobre 'genocídio branco' e o cântico anti-apartheid 'Kill the Boer'.
Num comunicado divulgado na quinta-feira, a xAI atribuiu o problema a 'uma modificação não autorizada' feita ao prompt do sistema do Grok por volta das 3h15 PST de 14 de maio. A empresa afirmou que esta alteração 'instruiu o Grok a fornecer uma resposta específica sobre um tema político' que 'violava as políticas internas e os valores fundamentais da xAI.'
Em resposta, a xAI está a implementar três mudanças principais para reforçar a confiança nos seus sistemas de IA. Em primeiro lugar, a empresa irá publicar abertamente todos os prompts do sistema do Grok no GitHub, permitindo ao público rever cada modificação. Em segundo lugar, serão implementadas verificações adicionais para impedir que funcionários façam alterações não aprovadas sem a devida revisão, uma vez que o processo de revisão de código existente terá sido contornado neste incidente. Por fim, a xAI irá criar uma equipa de monitorização 24/7 para responder a saídas problemáticas não detetadas pelos sistemas automáticos.
Esta é a segunda vez em 2025 que a xAI reconhece alterações não autorizadas na programação do Grok. Em fevereiro, a empresa relatou que um funcionário desonesto tinha modificado o chatbot para suprimir menções negativas a Musk e ao Presidente Donald Trump.
A controvérsia surge num contexto de escrutínio crescente sobre a fiabilidade e neutralidade política dos chatbots de IA. Em fevereiro de 2025, um tribunal sul-africano decidiu que as alegações de 'genocídio branco' no país não têm fundamento, contrariando opiniões anteriormente expressas por Musk, que nasceu e cresceu na África do Sul.