Investigadores da Universidade de Duke criaram uma revolucionária framework de inteligência artificial chamada WildFusion, que transforma a forma como os robôs percebem e navegam em ambientes complexos, ao fundir múltiplos inputs sensoriais de modo semelhante à perceção humana.
Ao contrário dos sistemas robóticos tradicionais, que dependem sobretudo de dados visuais provenientes de câmaras ou LiDAR, o WildFusion integra visão com feedback tátil e acústico. O sistema, implementado num robô quadrúpede, combina câmaras RGB e LiDAR com microfones de contacto, sensores táteis e unidades de medição inercial para criar uma perceção ambiental abrangente.
“O WildFusion abre um novo capítulo na navegação robótica e mapeamento 3D”, explica Boyuan Chen, Professor Assistente na Universidade de Duke. “Ajuda os robôs a operar com mais confiança em ambientes não estruturados e imprevisíveis, como florestas, zonas de desastre e terrenos fora de estrada.”
O que torna o WildFusion particularmente inovador é a sua capacidade de processar e interpretar dados sensoriais através de codificadores neuronais especializados. À medida que o robô caminha, os microfones de contacto detetam vibrações únicas de cada passo—distinguindo superfícies como folhas secas ou lama—enquanto os sensores táteis medem a pressão dos pés para avaliar a estabilidade. Esta informação sensorial rica alimenta um modelo de aprendizagem profunda que utiliza representações neuronais implícitas, permitindo ao robô construir mapas ambientais contínuos mesmo quando os dados visuais são incompletos.
A tecnologia foi testada com sucesso no Parque Estadual do Rio Eno, na Carolina do Norte, onde o robô navegou por florestas densas, pradarias e trilhos de gravilha com notável precisão. Quando a luz solar filtrada confundia os sensores visuais, a abordagem integrada do WildFusion continuava a prever com precisão pontos de apoio estáveis.
As implicações vão muito além da investigação académica. O WildFusion poderá revolucionar aplicações em operações de busca e salvamento, exploração de ambientes perigosos, inspeção de infraestruturas e automação industrial. Desenvolvimentos futuros pretendem incorporar sensores adicionais, como detetores térmicos e de humidade, aumentando ainda mais a perceção ambiental dos robôs.
À medida que os robôs se integram cada vez mais em cenários complexos do mundo real, o WildFusion representa um passo significativo rumo à criação de máquinas capazes de se adaptar e funcionar eficazmente nos ambientes imprevisíveis que os humanos navegam com facilidade.