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China garante que robôs humanóides vão impulsionar, não substituir trabalhadores

Um alto funcionário de Pequim declarou que o setor de robôs humanóides da China, em rápida expansão, irá complementar e não substituir os trabalhadores humanos, em meio a um investimento estatal significativo na tecnologia. Liang Liang, da Área de Desenvolvimento Econômico-Tecnológico de Pequim, destacou que essas máquinas avançadas vão aumentar a produtividade e atuar em ambientes perigosos, inadequados para pessoas. A declaração ocorre enquanto a China persegue agressivamente a meta de produzir robôs humanóides em massa até 2025, com mais de US$ 20 bilhões em financiamento governamental destinados ao setor no último ano.
China garante que robôs humanóides vão impulsionar, não substituir trabalhadores

Em uma declaração importante diante das crescentes preocupações com o emprego, um funcionário chinês responsável por um dos maiores polos tecnológicos de Pequim afirmou que a crescente indústria de robôs humanóides do país não levará ao desemprego em massa.

Liang Liang, vice-diretor da Área de Desenvolvimento Econômico-Tecnológico de Pequim, afirmou em entrevista nesta sexta-feira que os robôs humanóides não substituirão seus criadores humanos, mas sim aumentarão a produtividade e atuarão em ambientes perigosos. "Não acreditamos que os robôs vão deixar as pessoas desempregadas, mas sim que vão aumentar a eficiência ou assumir tarefas que os humanos não querem fazer – como explorar o vasto universo ou as profundezas do oceano, onde as pessoas não podem ir", explicou Liang.

Ele detalhou ainda: "Quando chega a noite e os humanos precisam descansar, as máquinas podem continuar trabalhando, nos proporcionando produtos melhores, mais baratos e mais fáceis de usar. Por isso, vemos esse caminho como o rumo do nosso desenvolvimento futuro."

Liang usou a recente meia-maratona de robôs como analogia para a convivência entre humanos e robôs: "Veja, na maratona, os humanos têm sua pista, onde desafiam seus limites físicos, e as máquinas têm sua própria pista, onde também desafiam seus limites – mas não estão tentando tomar o lugar dos humanos para cruzar a linha de chegada. O futuro será assim também." Liang falou na sede da estatal X-Humanoid (Centro de Inovação em Robótica Humanóide de Pequim), cujo robô Tiangong Ultra venceu a primeira meia-maratona de robôs.

A garantia vem em meio a um apoio governamental sem precedentes ao setor. As autoridades chinesas estão oferecendo generosos subsídios para empresas de robôs humanóides, com mais de US$ 20 bilhões destinados ao setor no último ano. Pequim também está criando um fundo de um trilhão de yuans (US$ 137 bilhões) para apoiar startups em áreas como IA e robótica. As compras estatais de robôs humanóides e tecnologias relacionadas saltaram para 214 milhões de yuans em 2024, ante apenas 4,7 milhões de yuans em 2023.

O Ministério da Indústria e Tecnologia da Informação da China publicou diretrizes detalhando as ambições do país para o desenvolvimento de robôs humanóides, afirmando que eles provavelmente se tornarão outra tecnologia disruptiva, como computadores ou smartphones. Segundo o documento, a China pretende estar pronta para produzir robôs humanóides em massa até 2025, estabelecendo um sistema de inovação, promovendo avanços em tecnologias-chave e garantindo o fornecimento seguro e eficiente de componentes essenciais. Até 2027, os humanóides devem se tornar um novo e importante motor de crescimento econômico na China.

Segundo Ming Hsun Lee, chefe de pesquisa automotiva e industrial para a Grande China no BofA Global Research, a China vê os robôs humanóides como uma indústria importante devido ao potencial para mitigar a iminente escassez de mão de obra. "Acredito que, no curto prazo, de três a quatro anos, veremos os robôs humanóides sendo aplicados inicialmente em linhas de produção para substituir alguns trabalhadores e, no médio prazo, veremos sua expansão gradual para o setor de serviços", afirmou.

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