Uma equipa de investigadores revelou um revolucionário cão-robô anfíbio que transita de forma fluida entre ambientes terrestres e aquáticos, com uma eficiência e agilidade sem precedentes.
Ao contrário dos anteriores robôs anfíbios, maioritariamente inspirados em répteis ou insectos, este novo sistema quadrúpede baseia-se na mecânica de natação de mamíferos. O robô, com 300 mm de comprimento, 100 mm de largura e um peso de 2,25 kg, foi desenvolvido por cientistas liderados pelos Professores Yunquan Li e Ye Chen, da Universidade de Tecnologia do Sul da China.
A principal inovação reside no sistema de planeamento de trajectória bioinspirado, controlado por inteligência artificial, que imita dinamicamente os movimentos naturais de natação dos cães reais. "A capacidade do nosso cão-robô para se mover eficientemente tanto na água como em terra deve-se ao planeamento de trajectória bioinspirado, que reproduz o movimento natural de natação dos cães", explica o Professor Li. "A estrutura de pernas com dupla articulação e os três diferentes estilos de natação resolvem limitações anteriores, como velocidades de natação reduzidas e planeamento de movimentos pouco realistas."
A equipa de investigação desenvolveu e testou três estilos distintos de natação: dois inspirados no movimento de natação dos cães, otimizados para velocidade e propulsão, e um estilo semelhante ao trote, concebido para maior estabilidade. Após extensos testes, o método inspirado na natação dos cães revelou-se superior em termos de velocidade, atingindo um máximo de 0,576 quilómetros por hora na água, enquanto o estilo semelhante ao trote privilegiou a estabilidade. Em terra, o cão-robô anfíbio atinge velocidades de 1,26 km/h.
A engenharia cuidadosa da estrutura do robô, incluindo a distribuição precisa do peso e o controlo da flutuabilidade, garante um desempenho estável e eficaz em ambos os ambientes. A equipa equilibrou deliberadamente o centro de gravidade e o centro de flutuabilidade para manter a orientação correta na água, posicionando componentes mais pesados, como baterias e placas de controlo, perto da base da carcaça.
Esta tecnologia versátil abre novas possibilidades para aplicações em investigação ambiental, operações de busca e salvamento e cenários de resposta a desastres, onde a capacidade de navegação em terra e água é essencial. O estudo, publicado na revista Bioinspiration & Biomimetics da IOP Publishing a 8 de maio de 2025, representa um avanço significativo na robótica inspirada na natureza e nos sistemas de mobilidade anfíbios.