A relação da Apple com a inteligência artificial atingiu um momento decisivo, com a empresa a expandir significativamente a sua parceria com a OpenAI no iOS 26, de acordo com uma recente análise da Stratechery.
A colaboração aprofundada, anunciada na Worldwide Developers Conference da Apple em 2025, representa mais do que uma simples atualização de funcionalidades — assinala uma reorientação estratégica fundamental. O analista de mercado Ben Thompson incentiva a Apple a "apostar em ser o melhor hardware para aquela que parece ser a empresa de IA de consumo dominante", em vez de competir diretamente com as capacidades de IA da OpenAI.
A parceria traz benefícios imediatos para os utilizadores do iOS 26. A funcionalidade de inteligência visual da Apple irá analisar imagens e texto nos ecrãs do iPhone, permitindo aos utilizadores pedir ao ChatGPT informações adicionais sobre o que estão a visualizar. A integração estende-se ao ambiente de desenvolvimento da Apple, com o Xcode 26 a incorporar o ChatGPT para ajudar programadores a escrever código, criar documentação e corrigir erros.
Esta mudança estratégica surge num momento crítico. A OpenAI adquiriu recentemente a empresa de hardware io, de Jony Ive, por cerca de 6,4 mil milhões de dólares, trazendo para o seu seio o antigo chefe de design da Apple e vários veteranos da empresa. A aquisição demonstra a ambição da OpenAI em criar hardware focado em IA, que poderá vir a competir com dispositivos tradicionais como os smartphones.
Thompson sugere que o melhor caminho para a Apple é abraçar esta nova realidade, expandindo-se para além dos telemóveis e desenvolvendo "uma série de dispositivos potenciados por IA, incluindo o Apple Watch, HomePod, óculos, etc.". Esta abordagem posicionaria a Apple para oferecer "melhor hardware e maior escala do que a empresa de serviços horizontais [OpenAI] conseguirá construir sozinha".
Os riscos são elevados. O responsável pelos serviços da Apple, Eddy Cue, reconheceu recentemente em tribunal que "pode não ser necessário um iPhone daqui a 10 anos", classificando a IA como "uma enorme mudança tecnológica". À medida que a OpenAI e outras empresas correm para definir a próxima geração de dispositivos de computação, a parceria estratégica da Apple pode ser simultaneamente defensiva e visionária — garantindo a sua relevância num futuro dominado pela IA, enquanto aproveita a sua experiência em hardware para criar novas categorias de produtos potenciados por inteligência artificial.