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IA Ajuda Astrônomos a Descobrir Matéria Cósmica Perdida em Enorme Filamento

Astrônomos descobriram um colossal filamento de gás quente conectando quatro aglomerados de galáxias no Superaglomerado de Shapley, potencialmente solucionando o mistério da matéria perdida do Universo. O fio, com aproximadamente 10 vezes a massa da Via Láctea e se estendendo por 7,2 milhões de parsecs, foi identificado por meio de uma análise avançada de dados de telescópios de raios X alimentada por inteligência artificial. Essa conquista demonstra como a IA está transformando a pesquisa astronômica ao possibilitar a detecção de estruturas cósmicas antes invisíveis.
IA Ajuda Astrônomos a Descobrir Matéria Cósmica Perdida em Enorme Filamento

Em uma descoberta inovadora que pode ajudar a resolver um dos enigmas mais persistentes da cosmologia, astrônomos identificaram um gigantesco fio de gás superaquecido ligando quatro aglomerados de galáxias dentro do Superaglomerado de Shapley.

O filamento, detectado por meio de uma sofisticada combinação de observações em raios X e técnicas de análise com IA, contém gás aquecido a mais de 10 milhões de graus Celsius e possui uma massa aproximadamente 10 vezes maior que a da nossa galáxia, a Via Láctea. Ele se estende diagonalmente pelo superaglomerado por 23 milhões de anos-luz (7,2 megaparsecs), o equivalente a atravessar a Via Láctea de ponta a ponta cerca de 230 vezes.

Essa descoberta é especialmente significativa porque pode explicar parte da 'matéria perdida' do Universo. Modelos cosmológicos preveem que cerca de um terço da matéria normal no Universo local permanece indetectada, e cientistas já teorizavam que essa matéria ausente poderia existir em longos filamentos de gás conectando regiões densas do espaço.

"Esta é a primeira detecção espectroscópica em raios X da emissão pura do meio intergaláctico quente-morno proveniente de um filamento individual e intocado, sem contaminação significativa", explica o pesquisador principal Konstantinos Migkas, cuja equipe publicou os resultados na revista Astronomy & Astrophysics em 19 de junho de 2025.

A equipe de pesquisa utilizou uma abordagem inovadora, combinando observações de dois telescópios espaciais de raios X — o XMM-Newton da ESA e o Suzaku da JAXA. Enquanto o Suzaku mapeou as emissões tênues de raios X do filamento em uma ampla região, o XMM-Newton identificou e removeu precisamente fontes contaminantes de raios X, como buracos negros supermassivos dentro do filamento. Algoritmos avançados de IA foram cruciais no processamento desses dados complexos, ajudando a isolar a assinatura do filamento do ruído de fundo e a identificar padrões que seriam impossíveis de detectar manualmente.

O Superaglomerado de Shapley, localizado na constelação de Centauro, é uma das estruturas mais massivas do Universo próximo, contendo mais de 8.000 galáxias. O filamento recém-descoberto conecta dois pares de aglomerados de galáxias dentro desse superaglomerado: A3530/32 e A3528-N/S.

Além de ajudar a resolver o problema da matéria perdida, essa descoberta valida décadas de modelos teóricos e simulações sobre a teia cósmica — a vasta rede de filamentos que forma a espinha dorsal da estrutura do Universo. Ela também demonstra a crescente importância da inteligência artificial na pesquisa astronômica, onde as capacidades de reconhecimento de padrões da IA estão permitindo que cientistas detectem e analisem fenômenos antes invisíveis aos métodos de observação convencionais.

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